A reação foi viral, muitas pessoas, inclusive eu, postaram no facebook e outras redes sociais, o número de acessos cresceu de forma vertiginosa e de repente a professora se viu famosa, fez várias entrevistas em diversos canais, foi até no Faustão.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Sobre a professora Amanda Gurgel
A reação foi viral, muitas pessoas, inclusive eu, postaram no facebook e outras redes sociais, o número de acessos cresceu de forma vertiginosa e de repente a professora se viu famosa, fez várias entrevistas em diversos canais, foi até no Faustão.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Homofobia
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Teatro Engajado
A arte pode ser usada pra se fazer pensar além da beleza das obras, essa discussão, apesar de estar focada no teatro, é válida pra todos as representações artísticas. A arte engajada nos leva a pensar e, através dessa reflexão, modificar a nós mesmos e mais amplamente a sociedade.
Aí achei que é estranho que a gente precise de lembretes pra pensar a nossa própria sociedade. Não que o teatro engajado seja dispensável, longe disso, justamente por conta dessa forma de agir meio "alienada". Nós precisamos mesmo de alguma obra de arte para raciocinarmos a questão do negro? Do preconceito em geral? Da inclusão de minorias, como os deficientes? A gente não vê no dia a dia vários acontecimentos que poderiam ter um desfecho diferente se a gente interferisse? Porque em última instância o objetivo do teatro engajado é esse, fazer com que as pessoas se engajem, que ajam.
E ainda, essa preocupação não é de mudar o coletivo, e sim transformar o individual, pra que este único indivíduo alterado consiga através de suas atitudes transformar a sociedade. Pra gente ver como nossas atitudes fazem diferença sim, mesmo dentro de um grupo muito grande de pessoas.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Fazendo escolhas
Desde que eu me entendo por gente há uma discussão sobre a questão do consumo de drogas. Todos os dias temos algum tipo de contato com o assunto: nas ruas, no nosso prédio, na TV, nos jornais. Não podemos ignorar a existência delas e é necessário que pensemos qual a melhor forma de lidar com isso. Atualmente há, inclusive, uma ampla discussão sobre a legalização das drogas, mas será que é esse o caminho?
Durante muitos anos foi utilizada uma política de “guerra às drogas”, no sentido de combate de uma “guerra” com outra “guerra”. Porém, desde a década de 90, vários profissionais de diversas áreas começaram a perceber que essa política não estava surtindo o efeito desejado, que seria a diminuição do consumo e do comércio de drogas. Houve, inclusive, o efeito contrário, ou seja, dados mostram que esses números cresceram desde meados da década de 70, quando essa política bélica começou a vigorar.
Por conta disso, recentemente surgiu uma nova discussão: repressão ou redução de danos, eis a questão.
Uma grande amiga, Mariana Adade, que é psicóloga e pesquisadora na área de educação sobre drogas, acredita na política de Redução de Danos como instrumento de inclusão. Ela afirma que a perspectiva da Redução de Danos parte de uma evidência histórica: o uso de drogas sempre existiu e ele está associado a vários contextos e motivações: religiosos, artísticos, interativos... está relacionado a busca do prazer, está relacionado a buscar tamponar e ou aplacar um mal estar, uma dor, um vazio, enfim... mil possibilidades e mil razões para consumir. A partir daí se desdobram outras características da abordagem: o uso é contextualizado, há a consideração de todos os elementos envolvidos e existem várias possibilidades de uso, logo, existem também várias formas de lidar com esse uso.
Confesso que a princípio fui resistente à essa política, pois eu a ligava à ideia de legalização. Mas Mariana me explicou que uma coisa não está necessariamente ligada a outra.
Ela esclareceu que a Redução de Danos considera que existem vários tipos de drogas, de usos. Para além disso, considera a singularidade do humano entendendo que as pessoas são diferentes, logo, elas farão usos diferentes de diferentes drogas. Ela acredita que não é a droga em si, mas a relação que cada um estabelece com a droga e a função que se atribui a ela para desempenhar em sua vida. Assim, resgata-se a autonomia do humano, no sentido dele ter direito de fazer escolhas mas ao mesmo tempo de se implicar nessas escolhas no sentido de se responsabilizar pelas mesmas.
Estudos abordam a Redução de Danos como uma política que busca valorizar o humano e resgatar a identidade da pessoa que faz uso de drogas ao invés de atribuí-lo um estereótipo de doente ou marginal, como acaba acontecendo com a política de repressão, na qual, de um modo geral, o usuário rico é considerado doente, enquanto que o usuário pobre é considerado marginal.
Perguntei à Mariana como os programas de Redução de Danos podem ser espaços de exercício da cidadania. Segundo ela, “a Redução de Danos busca resgatar a autonomia, a cidadania das pessoas no sentido de valorizar o direito humano de realizar escolhas. Para além disso, ao mostrar que a questão é ampla e histórica, amplia as possibilidades de desenvolvimento de um olhar crítico, demonstra que a realidade social não é predeterminada e não está relacionada a uma única forma de ser, ou seja, desconstrói uma perspectiva naturalizante das coisas, o aceitar que é assim porque simplesmente é.”
Mariana atualmente desenvolve um projeto de pesquisa no qual ela visa a atualização de um jogo chamado Jogo da Onda (FIOCRUZ/Edições Consultor, 1998).
O Jogo da Onda, desenvolvido pelas pesquisadoras Sandra Rabello e Simone Monteiro, do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (LEAS/FIOCRUZ), é um jogo educativo que objetiva incentivar o diálogo entre jovens, profissionais, pais, filhos e amigos sobre o uso indevido de drogas e temas afins. Foi produzido em 1998 e desde então foi adotado em programas de educação, encontrando-se atualmente esgotado.
"A escola deve ser espaço mais sagrado que qualquer templo"
"Acordo muito cedo, levo minha filha pra escola, volto e por volta das 7 H retomo minha rotina. Sou educadora, aprendi a ser desde quando, no 1º ano da Universidade, entrei numa sala de aula de Educação de Adultos, depois em salas de 3º ano de Ensino Médio, e depois com crianças de 6º e 7º anos do Ensino Fundamental e, paralelamente, formando professores em diferentes cursos de formação mas, especialmente, na formação para a educação em direitos humanos, na educação para a igualdade étnico racial.
Educar é a minha vida, acredito que podemos educar em todos os espaços sociais (no mundo off line e no mundo on line).
Hoje, pela manhã, em Realengo, Rio de Janeiro, Wellington Menezes Oliveira conseguiu entrar armado na escola municipal Tasso da Silveira (de Ensino Fundamental), e até o momento as notícias desencontradas das tevês e jornais informam que 11 crianças foram assassinadas com tiros na cabeça e abdômen.
O mundo inteiro se volta para o Brasil, para Realengo, para o Rio de Janeiro: Guardian, Le Figaro e La Nación, Al Jazeera, BBC, El País, La Reppublica e Wall Street Journal - ”A tragédia choca a sociedade brasileira, de orientaçao familiar e onde a violência contra crianças é rara”. Infelizmente, a violência contra as crianças e adolescentes não é rara no país. Existem diferentes formas de violência, adolescentes, meninos, negros são os mais vitimados. Uma pequena busca aqui no Blog mostrará alguns vídeos de policiais atirando em adolescente em Manaus, policiais espancando adolescente em Feira de Santana e tantas outras formas de se propagar a violência.
Professores exauridos, desestimulados cansam-se de denunciar a violência em várias escolas urbanas das periferias brasileiras: crianças e adolescentes expostos ao tráfico de drogas, alunos armados, roubos… Mas nada se compara ao que aconteceu nesta escola hoje. Uma escola de referência, pois tem uma política inclusiva, atende deficientes auditivos.
Na manhã de hoje a escola recebia ex-alunos para dar palestras em comemoração aos seus 40 anos. Segundo relatos de profissionais da escola de Realengo o ex- aluno, Wellington, aproveitou-se disso e se identificou como um dos palestrantes.
Não se tem ainda informações seguras sobre o que levou este jovem a matar 11 crianças de 12 a 14 anos (10 meninas e 1 menino) e ferir mais 29! Quanto a morte do atirador, a versão do sargento Alves, o primeiro a chegar na escola é de que o atirador foi baleado pelo sargento e após levar um tiro se matou.
Há uma imensa especulação na mídia televisiva e impressa sobre o perfil do atirador: desde que se tratava de um ‘extremista islâmico‘, de que era ‘filho adotivo’, ‘viciado em internet’, jovem de ‘poucos amigos’, ’portador do HIV’…
Esse é um momento perigoso, onde empresas jornalísticas em busca de audiência exploram como podem esta imensa tragédia: islamismo, adoção, internet e portadores de HIV tornam-se explicações fáceis para nossas mentes bestificadas diante do absurdo que é crianças serem mortas dentro da escola.
Ouço na Record News o absurdo do apresentador João dizer que ataques como este é ‘normal’ no Oriente Médio! Tevês dizem que o atirador deu mais de 100 tiros! Como seria possível dar mais de 100 tiros se o atirador portava dois revolveres de calibre 38? Como este jovem tinha tanta munição? Como conseguiu as armas? Como fomos capazes de dizer não ao desarmamento e sim ao comércio de armas?
Tento escrever este texto em busca de alguma organização mental, emocional. Sou mãe, educadora, não posso sequer imaginar a dor incomensurável desses pais que deixaram seus filhos na escola, porque é um espaço de saber, um espaço de formação, um espaço de cidadania, um direito das crianças e adolescentes frequentarem de modo seguro, um dever de governos proverem e uma obrigação constitucional dos pais enviarem seus filhos.
No meio de tantas especulações feitas pela imprensa, é preciso ressaltar o bom senso do prefeito Paes ao se pronunciar: não espalhou pânico, defendeu a escola como um espaço da comunidade.
A presidenta Dilma Rousseff fez um pronunciamento visivelmente emocionada em solidariedade às famílias e as crianças vitimadas.
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário sabiamente ressaltou que neste primeiro momento é preciso oferecer toda a solidariedade e apoio às crianças da escola e as famílias das vítimas e, ao mesmo tempo, lembrou à imprensa de sua responsabilidade, para que evitassem espetacularizar esta tragédia espalhando pânico entre as crianças. Rosário rememorou, por exemplo, como a imprensa explorou o caso da menina Isabela. Mesmo assim na Record News prosseguia insistindo no ‘argumento’ de que nos ‘demais países’ isso é ‘terrorismo’ e se não iremos tratar assim também! Como pode uma tevê propor esta abordagem sem qualquer investigação?
Como pode políticos oportunistas como o deputado Marcos Feliciano mais uma vez se aproveitar de uma tragédia sem precedentes no país pra espalhar seus dogmas equivocados, intolerantes, irresponsáveis e afirmar que tal tragédia é uma profecia divina pra castigar infiéis?
Gostaria imensamente que aprendêssemos como tragédias como estas. As escolas não devem virar prisões (algumas já têm este aspecto) elas devem ser espaços valorizados pelas comunidades, devem ser fortalecidas, queridas, abraçadas, nossas crianças efetivamente protegidas, tratadas com dignidade para que cresçam amando o conhecimento e diminuindo o grau de intolerância. Nossos profissionais da educação devem ser valorizados, porque é uma imensa responsabilidade e exige uma tremenda formação profissional formar futuros cidadãos.
Que esta tragédia não sirva para os oportunistas de sempre pregarem mais e mais intolerância. Que possamos aprender com Hannah Arendt a lição maior da autoridade: o mundo adulto é responsável pelas gerações futuras. Não fujamos de nossas obrigações. Isso significa que todo adulto deve ser responsável por qualquer criança. Isso significa, por exemplo, olharmos para além dos nossos umbigos, de nossas crias, de nossos alunos, isso exige de nós um compromisso maior e real com políticas públicas que sejam capazes de incluir, educar, prover de espaços culturais e de lazer, formar e amar todas as nossas crianças. Elas merecem um futuro melhor que balas na cabeça em seu espaço escolar."
segunda-feira, 23 de maio de 2011
A grama do vizinho nem sempre é mais verde
Noite passada quando fui dormir me peguei pensando em quanto tempo que eu não faço um trabalho voluntário. Desde muito cedo me interessei por este tipo de atividade e por conta disso tive a oportunidade de conhecer histórias que eu trago comigo até hoje e com certeza vou carregar por toda vida.
Há uns 2 anos atrás visitei um projeto social chamado Espaço Criança Esperança (ECE) no Morro do Cantagalo, em Ipanema. Eles têm uns programas de inclusão social muito bacanas. Na comunidade existem crianças que nascem, crescem, e, apesar de irem pra escola, não fazem ideia do que é ser um cidadão, até porque não é tratado como tal e, muitas vezes, ele mesmo se coloca numa posição inferior. O ECE não dá só educação no sentido de colocar as crianças e adolescentes na escola. O programa proporciona uma série de atividades - esporte, artes, oficinas de leitura - que possibilitam o pleno desenvolvimento dessa criança/adolescente, tornando-os conscientes de seu papel na sociedade. Faz com que esse indivíduo se sinta parte de um todo e não se diminua pelo fato de possuir uma situação social/financeira mais frágil. O programa gera oportunidades que vão além daquelas que o tráfico em algum momento virá a oferecer. Sem dúvida essa foi a minha experiência mais marcante.
Nessa caminhada conheci também uma ONG chamada BEMFAM – Bem Estar Familiar no Brasil, cujo foco são projetos sociais voltados para a saúde sexual e reprodutiva. Entre os diversos projetos desenvolvidos, o que mais me chamou atenção foi o “Vozes Positivas”, que enfoca questões vivenciadas por mulheres soropositivas. Outro projeto que eu acho bem bacana é o “Que Legal Saber!”, cujo objetivo é contribuir para a informação e capacitação em saúde sexual e reprodutiva de portadores de deficiência visual. Tem também o BEMJOVEM, que é um programa voltado para jovens entre 10 e 24 anos, realizando atividades com os pais, familiares e educadores que atuem com esse grupo. Envolve Centros de Jovens espalhados em 9 Estados do Brasil e que contam com uma política de voluntariado. Essa ONG tem muitos projetos interessantes, se eu fosse escrever sobre todas não caberia neste post!!!
Eu já ia me esquecendo de um outro local que eu atuei! Foi no Banco de Alimentos. Essa ONG recebe doações de alimentos, que são selecionados por uma equipe e posteriormente distribuídos para instituições de caridade pré cadastradas. Cheguei a visitar algumas das instituições beneficiadas e o sorriso daquelas crianças nunca saiu da minha mente.
Vocês podem estar se perguntando o que eu ganhei com isso. Pois é... ganhei sorrisos, abraços, agradecimentos, olhares e até amigos. Olhando para trás eu vejo o quanto foi gratificante participar destas e de outras atividades que beneficiassem o outro. Devemos cuidar da nossa grama colocando limites para que não pisem nela, mas sem sermos egoístas. Caso nosso vizinho não tenha condições de manter sua grama verdinha e podada, por que não ajudá-lo, não é verdade?
Segue abaixo o link das instituições que eu citei, caso alguém se interesse:
http://criancaesperanca.globo.com/platb/ecerj/
domingo, 22 de maio de 2011
Análise de 1965 (Duas Tribos) - Legião Urbana
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Jeitinho brasileiro
Essa semana, voltando para casa de ônibus após mais um dia de casa-trabalho-faculdade-casa, me deparei com uma cidadã brasileira comendo amendoim e jogando a embalagem no chão do ônibus. Provavelmente pelo cansaço, na hora não me dei conta, mas estiquei o braço e recolhi a embalagem, guardando na lateral da mochila para jogar fora depois, como faço com meu lixo particular; como se a embalagem fosse minha e tivesse caído. Ela e o namorado - sim, ela tinha um namorado - imediatamente me olharam confusos. Como eu estava ainda mais confuso, enterrei a cabeça no livro que estava lendo e continuei a viagem, porém não pude deixar de pensar no assunto.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Essência da educação: ensinando para a vida!
domingo, 15 de maio de 2011
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